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Divisão de Fisioterapia do ICHC no combate à Covid-19

Com um aumento de 362% em sua equipe, a área de Fisioterapia do HCFMUSP foi crucial para o combate à pandemia.
Enquanto vínhamos em franca discussão do planejamento estratégico destinado a padronizar ações de ensino, assistência, pesquisa, gestão e inovação entre os vários Institutos, fomos surpreendidos pela crise sanitária mundial ocasionada pela pandemia de Covid-19. 

Nesse período, a demanda para a fisioterapia aumentou consideravelmente, e os fisioterapeutas passaram por grandes pressões e dificuldades. Entretanto, o que parecia, a princípio, um desafio insuperável, foi enfrentado com coragem e determinação. A gestão nos diferentes serviços do Complexo HCFMUSP foi fundamental no planejamento e na ação das equipes para o sucesso da operação. Os gestores reorganizaram os processos assistenciais e administrativos, ajustaram os recursos e técnicas para melhores desfechos clínicos e auxiliaram os profissionais quanto aos sentimentos de angústia e de medo na atuação da linha de frente e transmissão para familiares. 

Os fisioterapeutas assistenciais realizaram atendimentos de pacientes de alta complexidade e, em grande escala, estudaram e trocaram experiências diariamente. Em função do desconhecimento dos impactos da doença, atuaram com recursos limitados, manuseio de novos equipamentos e materiais e interagiram efetivamente, mesmo estando com nova equipe multiprofissional. 

No Instituto Central (ICHC), os profissionais de saúde e áreas de apoio atuaram exclusivamente para a assistência a pacientes internados com a Covid-19. Para atender a ampliação dos leitos, foi necessário estabelecer ações rápidas no processo de recrutamento e seleção, treinamento da equipe, monitoramento e apoio in loco. A equipe de fisioterapia teve um aumento de 362% para atender os 300 leitos de UTI e 500 de enfermaria. Foram contratados fisioterapeutas experientes, mas também recém-formados. Os fisioterapeutas ambulatoriais foram realocados e capacitados em curto período para atuarem nas unidades de internação. Os processos de recrutamento, seleção, contratação e treinamento de profissionais foram intensificados para atender à crescente demanda de internação. 

Em 2020, foram realizadas 8.071 horas de treinamento. Os treinamentos contemplavam uso adequado de EPIs, procedimentos fisioterapêuticos, rotinas institucionais e de equipamentos hospitalares. Líderes de UTI e gestores assistenciais precisaram adicionar às suas atividades o treinamento prático com os novos colegas de trabalho, que, muitas vezes, ainda não estavam totalmente preparados e seguros para atender pacientes tão graves. 

A ampliação de leitos e a gravidade dos pacientes pela síndrome respiratória aguda grave demandou o acréscimo de oxigênio intra-hospitalar. O setor de gasoterapia e a central de equipamentos hospitalares também são gerenciados pela Divisão de Fisioterapia do ICHC. Seus estudos estimativos determinaram a contratação de um tanque criogênico de oxigênio e vaporizadores, ampliando em 36% a capacidade de armazenamento do oxigênio criogênico. O número de cilindros de oxigênio utilizados em transporte de pacientes e atividades gerais de pacientes dependentes de oxigenoterapia foi ampliado em 41%.
 
Para suprir a necessidade crescente de ventiladores mecânicos, principal equipamento para a manutenção da vida de pacientes graves, o ICHC contou com o empréstimo de ventiladores dos demais Institutos e laboratórios da FMUSP. Entre empréstimos, locações e novas aquisições, o número foi ampliado em 304%, com 14 diferentes modelos. Ventiladores não invasivos, sistemas de alto fluxo, monitores de óxido nítrico, monitores de transporte, monitores multiparamétricos, cufômetros e oxímetros também foram ampliados e gerenciados por sistemas informatizados desenvolvidos para rastrear e otimizar o uso dos recursos, fazer previsões e analisar o consumo.

Fisioterapeutas de outras instituições formaram uma rede de apoio no combate à pandemia. O HCFMUSP recebeu fisioterapeutas de outras instituições, como Rede D’Or, Hospital Sírio Libanês, Hospital Israelita Albert Einstein e AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente, além do reforço do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da FMUSP.

Em meio aos desafios, o carinho e o reconhecimento da população foram sentidos por todos os profissionais de saúde. As demonstrações de reconhecimento, apoio e encorajamento vieram em forma de produtos para amenizar lesões nas mãos e faces pelo uso excessivo de álcool, luvas e máscaras; o cansaço e o estresse dos plantões prolongados foram confortados com chocolates, cafés, pães de mel, muitas cartas e flores. 

Das lições que aprendemos, saímos mais fortes e retomamos os planos de crescimento e desenvolvimento, não de onde paramos, mas de onde chegamos depois que este desafio forjou novamente o espírito de nossos profissionais.

Crédito da foto – Div. Fisio HCFMUSP
 


11.10.2022

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